• Home
  • /
  • Entrevista
  • /
  • “Estou tentando desacelerar e não ser o melhor em tudo” – Synyster Gates

“Estou tentando desacelerar e não ser o melhor em tudo” – Synyster Gates

A revista Metal Hammer fez um especial ao Avenged Sevenfold na sua edição de número 310, com 21 páginas. A quinta parte fala sobre a vida de Synyster Gates, sua convivência com a banda e com seu padrasto, sua fama e mais.

Ler quarta parte

Confira tradução:

O MEDIADOR

Ele pode ser conhecido como um dos heróis da guitarra do século 21, mas dentro do Avenged, Synyster Gates também mantém o time unido.

Há dois tipos de bebedores nesse mundo: os que aguentam a ressaca, e os que não aguentam. Synyster Gates se enquadra diretamente na segunda categoria. Apesar de pagar uma incrível taxa por uma grande noitada na sua cidade-natal de Huntington Beach, nós achamos que o guitarrista do Avenged Sevenfold é tanto gentil quanto amigável. Ele nos assegura que mesmo que eles tenham deixado para trás boa parte dos “excessos do rock ‘n’roll”, ele e os garotos ainda fazem noitadas na cidade. “Estamos tentando aposentar algumas dessas noites,” ele diz, “mas não somos contra elas, por mais rídiculas que possam ser. Ainda temos ressacas, mas causadas por vinho e martini. Estamos fazendo nosso melhor para manter a classe. Hahaha!”

Você encontra muito desse humor casual e modesto quando conversa com o Synyster. Tranquilo, ele tende a ouvir atentamente o que você fala e faz várias perguntas de volta. Não há dúvidas no porque dele ser o mediador da banda. “Eu só garanto que todas as relações estejam intactas. Eu sinto que ouço a todos na banda e se há pequenos problemas – e nós somos muito, muito sortudos pois não temos nenhum problema sério – eu tento fazer com que as coisas funcionem e que todos estejam felizes. Eu nunca admiti isso antes e acho que vou me arrepender de ter admitido. Mas após alguns anos disso, acho que é o que eu faço. Eu sou o ‘gel’.”

Como Johnny, Synyster gosta de caminhar pelas vítreas águas, indo e vindo pela costa de Huntington Beach. Algo que ele fez a vida toda, surfar evoluiu de uma aventura por emoção para algo muito mais profundo. “Estou tentando desacelerar e não ser o melhor em tudo,” ele diz. “Nos meus vinte e poucos anos eu comecei a viajar para surfar com minha esposa e experimentei muitas ondas diferentes – ondas intensas, reef breaks e esse tipo de coisa. Eu senti que estava numa posição boa para se tornar bom pra caralho no surf, mas percebi anos depois que não tinha o talento para isso e isso me chateou pra caralho! Hoje em dia eu só tento sair e aproveitar o fato que estou na água com meus amigos ou minha esposa ou meus dois pais e faço meu melhor pra me exercitar um pouco, já que eu bebo demais no caminho. Agora eu tento manter tudo menos competitivo.”

Você leu isso corretamente – “dois pais”. “Sim, meus dois pais,” ele explica. “Eu conheci meu padrastro Bruce minha vida toda. Eu amo ambos demais.” Agora que ele é um pai ele mesmo, sua carreira tomou um novo senso de propósito e vitalidade. “Ser um pai faz você querer escrever a melhor música do mundo, não por você e sim para trazer mais legado. Se você escreve a melhor música do mundo, é um presente que está dando ao seu filho. A paternidade pode ser uma puta loucura! Caos total e absoluto, mas é a coisa mais bonita que você pode fazer parte.”

Quando ele não está em turnê ou em casa com sua esposa e filho, Synyster gerencia uma escola de guitarra online – a Synyster Gates School –  com seu pai, Brian. “Temos orgulho de sua singularidade,” ele diz. “Temos muito conteúdo em vídeo de A a Z, e primeiro, é de graça. Não tem nada pra vender – você tem acesso a tudo. E segundo, você também tem acesso a milhares de outros estudantes e seu discernimento. Você posta uma questão e então tem literalmente uma dúzia de pessoas respondendo como eles fazem. Também temos a política zero-tolerância ao bullying. Violadores são retirados imediatamente – sem segunda chance. Nós encorajamos o debate e o criticismo, mas uma das estrelas de ouro dessa porra de comunidade é que eu não tive que retirar ninguém. É uma comunidade amigável e temos muito orgulho disso.”

O fato de que ele usa sua fama para compartilhar seu dom gratuitamente destaca a conexão única que a banda tem com seus fãs. Independentemente do dinheiro, fama e premiações que eles ganharam, nenhum dos garotos compram sua imagem. “Eu sei que atraímos milhares de pessoas todos os dias e tudo mais mas você não curte isso,” ele explica. “Não há paparazzi na minha casa. Eu vivo bem perto do colégio e é até engraçado, os únicos fãs que vieram até minha casa são fãs de muito longe, tipo do outro lado do mundo, e apenas algumas vezes. Duas garotas suecas vieram e um cara de Utah uma vez, foi incrível. Ele tinha filhas gêmeas e ele amava não só a música mas também a dinâmica da banda, por sermos amigos, e o fato de o cantor e eu sermos casados com gêmeas com quem crescemos juntos. Somos melhores amigos e temos sorte de sermos respeitados e relatados pelos nossos fãs.”

Gratidão permeia tanto do que ele diz, o que torna inquestionável o porquê de tantos sentirem-se atraídos por ele; ele pode ser tanto o cara mais legal e o cara mais provável de se juntar a você para uma conversa com o coração sobre a vida. Ele não toma nada por garantido. “Sei que soa como um clichê,” ele diz, “mas eu não passo um dia sem apreciar tudo, e de vez em quando é porque tudo está na minha frente. Minha cunhada virá com suas crianças – as crianças do Matt, meus sobrinhos – e eu ganho um incrível senso de sorte e perplexidade. Tipo, ‘Por que eu?’ É tipo um conto de fadas. Se a banda acabasse amanhã, eu só começaria outra banda com os mesmos caras.”

FOTO: M. Shadows e Synyster: Cunhados juntos.

Comentários do Facebook:

One Comment

Deixe um comentário

error: Content is protected !!