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Synyster Gates: “O DNA do Avenged Sevenfold é uma importante veia progressiva”

A Rolling Stone Italiana entrevistou Synyster Gates por telefone e ele falou sobre sobre o Avenged Sevenfold ser a banda sucessora do Metallica, drogas, suas influências e mais. Confira a tradução abaixo:

“Avenged Sevenfold: entrevista com os herdeiros do Metallica”

 O show em Assago com ingressos esgotados, em Novembro de 2013 foi a prova: A7X já é “A” banda de metal desse momento histórico.

Há uma razão para que o mal-humorado Joe Perry do Aerosmith em 1979, escreveu uma peça chamada “Let the Music Do the Talking” (Deixe a música falar): Guitarristas normalmente não falam. Eles deixam as suas guitarras falarem e as vezes para tirar algumas palavras de suas bocas pode ser muito difícil. Quando eu estava no telefone com Synyster Gates, guitarrista prodígio do Avenged Sevenfold – atualmente é uma banda de metal com um foguete no traseiro apontado para o sucesso mundial – não era apenas um passeio. Synyster Gates é um tipo de concreto e algumas abordagens bestas “à lá Rolling Stone” não pareciam surtir algum efeito nele, mas eventualmente ele nos contou muitas coisas  e nosso encontro às cegas foi menos embaraçoso do que parecia no início. Se vamos nos encontrar outra vez? Quem Sabe? O que você acha?

Você está na área há uns 14 anos e  creio que foi difícil, como foi para se firmar como uma banda no cenário musical atual?

Eu não tenho certeza se estamos na área por tanto tempo assim…

Eu te digo, você fundou a banda em 1999!

“Ah, ok, obrigado… A propósito: em alguns aspectos, é mais difícil para uns e mais fácil para outros. No nosso caso, foi único. Nós crescemos juntos, nos conhecemos desde os 10 anos de idade, nós somos como irmãos. Minha mulher e a do Shadows  são até irmãs, nós demos sorte. Sobre como ter sucesso hoje, bem, as vezes um bom networking ajuda bastante, eles colocam você em contato com outros músicos, com o promotor para organizar datas e etc. Estabelecer as bases é definitivamente mais fácil.”

Durante anos, vocês  são direcionados como a banda que irá suceder o Metallica nos corações dos fãs de metal. Como vocês se sentem por ainda serem considerados a “próxima grande coisa” após 3 décadas da carreira deles, sendo que o Metallica era único?

“Isso tem sido falado um monte de vezes e certamente, para nós, é uma honra sermos considerados a banda que talvez um dia receba o bastão do Metallica. No momento, eles ainda estão na ativa e eles estão ótimos, então nós nos preocupamos em ter sucesso fazendo a nossa própria música e tocá-la para os fãs. E se tem uma coisa que eu tenho certeza é que eles são os melhores do mundo, eles são incríveis.”

Antes de gravar Hail To The King vocês passaram por uma dieta rigorosa baseada em Black Sabbath e Led Zeppelin. Mas se eu não tenho dificuldade para escutar a primeira faixa, no entanto, eu simplesmente não consigo compreender a influência dos álbuns…

“Eu cresci ouvindo Led Zeppelin: você percebe isso quando toco, mas o que tínhamos em mente era tentar entender  a ideia por trás da música deles. Queríamos que o Hail To The King soasse como um rock clássico de verdade. Zeppelin e Sabbath eram os melhores na criação de riffs incríveis, nos forçamos isso ao máximo e seguimos como se fosse o evangelho. Não fizemos quase nada, mas desta vez nós queríamos aquele efeito AC/DC: um grande riff que se espalhasse em um grande espaço com uma bateria gigante, rumores e solos loucos que não são deste mundo. Sem sentir que você não consegue entender esse tipo de groove, aquele tipo de efeito de quando você está lá ao vivo e que te leva ao ponto de não ser capaz de pular para todos os lados como uma mola maluca.

Minha música favorita do álbum, por causa de seus arranjos e a utilização de trompas é Planets. Seria a menos Metal, mas ela é boa…

“Obrigado… Bem, com certeza é a  peça mais progressiva do álbum, apesar de todas as faixas serem escritas como uma função do ritmo. Na minha opinião o DNA do Avenged Sevenfold é uma importante veia progressiva e aqui nós queríamos sair, deixar o campo aberto para todas as nossas influências clássicas. A imagem que tínhamos em mente era de um conflito intergaláctico cheio de meteoritos e cenário de fim dos tempos e nós queríamos remeter à ideia do filme. Foi uma música legal de se escrever, é definitivamente minha favorita do disco e  depois ela se funde com Acid Rain, última música do álbum, que fala sobre como é depois de lutar nessa guerra intergaláctica e perder, quando você está lá com sua alma gêmea e você sabe que está prestes a ser varrido da face da Terra.”

Mas e esta descoberta progressiva, de onde vem? É tudo culpa do Mike Portnoy [Lendário baterista do Dream Theater, nota do autor]?

“Não, ele ficou com a gente por um ano, logo após o lançamento de Nightmare. Ele nos deu uma grande ajuda na estrada após a morte do The Rev. Mike, em vez de ampliar nossos horizontes musicais nos mostrou muitas séries de TV, mas ele é ótimo.”

 Hail To The King não tem nada da loucura de Bat Country, mas soa muito coeso,  muito homogênico, isso foi uma coisa desejada?

“Absolutamente. Quando gravamos um novo álbum, que por sinal sempre escrevemos material suficiente para pelo menos quatro,  em seguida,  escolhemos as peças que funcionam melhor na economia global do disco. Ouvir um LP é sempre uma longa viagem e não queremos que de repente seja uma experiência estagnada, coincidindo com a música de trabalho, há lampejo de energia e entusiasmo… neste caso, nos temos um disco muito progressivo com muitos pequenos relâmpagos em cada música.”

Como o Slayer lançou uma gravadora que não se especializa no seu gênero: sua própria Def Jam, gravadora que tem o Hip Hop como excelência. Você na Hopeless Records, uma das mais importantes gravadoras do cenário Punk norte-Americano. O que você achou da Warner?

“Bem, eu sempre fui bem tranquilo quando estávamos com a Hopeless, mas as coisas pararam de funcionar, então em 2004 mudamos para a Warner, que diferente de muitas grandes gravadoras, nos garantiu 100% de liberdade artística. A Hopeless nos deu pouco controle, já a Warner nos permitiu cultivar o crescimento artístico da banda. Já estamos com eles há alguns anos, é simplesmente a gravadora perfeita para nós.”

 Eu queria parar de falar sobre o tema “drogas recreativas”. O seu ex-baixista, Justin Sane, tentou suicídio com uma garrafa inteira de Xarope para tosse com codeína, seu baterista morreu de um coquetel mortal de álcool e opiáceos. Enquanto a cena do metal praticamente deixou de exaltar a droga, o Hip Hop é cheio de rappers como Lil ‘Wayne que ostentam  o consumo de sizzurp, um coquetel de xarope para tosse e Sprite. O que você acha?

“O Hip Hop glorifica os instintos mais básicos: Sexo, drogas, violência… O que você acha? Eu não tenho uma opinião formada sobre o Hip Hop, mas se eu tivesse um filho eu deveria assumi-lo. Se meu filho quer ouvir este tipo de música eu diria que é legal se divertir, mas diria para não levar isso a sério porque a realidade não é bem assim.”

 

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