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Jimmy nasceu pra fazer música | Nona parte da Metal Hammer

“JIMMY NASCEU PRA FAZER MÚSICA”

Em 28 de dezembro de 2009, o mundo do Avenged Sevenfold virou de ponta cabeça. Seu baterista e amigo Jimmy “The Rev” Sullivan, morreu por conta de uma overdose acidental de remédios e álcool. Numa entrevista especial com os pais de Jimmy, Joe e Barbara, falamos sobre a vida de Rev, sua carreira e seu legado.

Muito antes de ser o The Rev, Jimmy era seu filho. Como ele era enquanto crescia?

Barbara: Ele era engraçado! Era a criança mais engraçada por perto, mas também nos deixava loucos por conta de algumas coisas que ele achava engraçadas e não eram, tipo irritar as irmãs. Mas ele era muito divertido.

Joe: Ele era exuberante. Você dizia “Jimmy, isso não é engraçado!” e ele rebatia “É engraçado pra mim!”

Quando ele começou a demonstrar interesse em música?

Barbara: Quando ele nasceu! Quando ele tinha dois anos, ele ficava batucando em tudo. Se ele tinha talheres, ele batucava. Se ele estava na banheira, ele pegava as caixas de shampoo e batia nas laterais da banheira. Quando ele era bem pequeno, ele também adorava discos. Ele tinha um toca-discos da Fisher Price.

O que ele costumava tocar?

Joe: Sammy Hagar, I Can’t Drive 55, Tom Petty…

Barbara: Ele tocava música constantemente. Ele ficava lá com a sua guitarra de brinquedo, cantando as músicas com seu pequeno toca-discos. Era histérico.

Quando vocês notaram que ele tinha talento pra coisa?

Barbara: Na mesma hora. Quando ele tinha 5 anos, eu o inscrevi nas aulas de bateria com um professor local, mas o cara desistiu depois de algum tempo porque o Jimmy tocava sem controle nenhum. Ele disse “Eu estou lidando com muitos bateristas e o Jimmy vai acabar com o meu equipamento”.

Como vocês reagiram quando ele decidiu ser um músico profissional?

Joe: Não poderia ter sido diferente. A gente também esperava que ele encontrasse um jeito de conseguir tocar. Um músico profissional é o que ele nasceu pra ser, então não foi uma surpresa.

Como vocês se sentiram quando o Avenged Sevenfold ficou famoso?

Barbara: Eu achei fantástico. Eles tinham muito talento e acho que mereceram. Ver ele sendo bem sucedido foi maravilhoso.

Joe: Foi muito empolgante pra nós. Eles nos ligaram do ônibus uma vez quando estavam saindo da cidade porque a KROQ estava tocando Bat Country. “Nossa música tá na rádio!”

Barbara: Eles estavam tão empolgados. “Liga o rádio! Liga o rádio!”

Vocês se lembram da última vez em que conversaram?

Barbara: Me lembro bem. Nos seus últimos dias, ele disse que ele precisava de outro objetivo. Ele tinha feito uma cirurgia nos olhos para conseguir enxergar sem os óculos. Comprou um carro, um apartamento, a banda conseguiu um disco de outro e ele me disse “Eu preciso de um novo objetivo, mãe.”

Joe: O que eu lembro foi uma mensagem de texto: “Reze pelo Zimmer.” Ele e sua namorada tinham esse coelho e ele tinha ficado doente ou teve alguma infecção no olho e ele me mandou uma mensagem dizendo “Reze pelo Zimmer.” Eu sabia que eu tinha que guardar aquilo.

O que vocês acharam da decisão da banda de continuar sem ele?

Barbara: Nós os encorajamos. Jimmy tinha escrito um monte de coisas para aquele álbum e eles tinham construído uma banda. Eu não queria ver isso acabar e realmente queria aquele disco lançado. Falamos com o Matt e dissemos “Mesmo que seja o último álbum que vocês fazem, vocês tem que lançar isso.”

Joe: Em todos os shows eles ainda tocam coisas do Nightmare e eles colocam a voz do Jimmy ao fundo, mantendo ele lá. Estamos muito felizes em ver eles continuando.

Qual é a sua memória mais marcante do Jimmy?

Barbara: Eu não acho que a gente seja capaz de esquecer seu sorriso. Seu sorriso travesso. No último natal que tivemos com ele, alguns dias antes dele morrer, eu perguntei “O que você quer de natal?” E ele disse “Eu quero uma galinha decorativa.” Uma galinha decorativa? Quem sabe? Ha ha ha! Conforme cada um dos meninos foi se casando, eu dei galinhas decorativas pra eles em homenagem ao Jimmy.

Joe: Pra mim são os grandes abraços. Jimmy tinha esses grandes braços e ele te pegava pelos ombros e dizia “Vem cá…” e te abraçava. Eu sentia que ele estava confortável consigo mesmo. Ele nao estava mais frustrado. Conseguiu tocar, conseguiu ser bom pros outros e cuidar das pessoas. Jimmy abraçava todo mundo e pra mim, é isso que eu me lembro.

Com essa emocionante entrevista, encerramos a tradução da edição especial da Metal Hammer em homenagem ao Avenged Sevenfold. Você pode encontrar o restante das traduções da revista nesse post.

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