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Entrevista Avenged Sevenfold para a Metal Hammer – Parte II

Na segunda parte da entrevista do Avenged Sevenfold feita pela Metal Hammer, a banda fala um pouco sobre o que o metal se tornou hoje em dia, como o A7X é como uma família e sobre os fãs. Confira a tradução clicando em Leia mais.
Para ler a primeira parte, clique aqui.

Créditos: Mateus Laino pelos scans.

Já é fim de tarde no dia seguinte, quando nos encontramos com a banda de novo. É justo dizer que eles já estiveram com humor melhor. Parece que o motorista com a missão de levar a banda do hotel até nosso set de fotos – um magnífico set chamado “The Goat Farm” (A Fazenda de Cabras), que anteriormente serviu como set de filmagens de “Jogos Vorazes” e do seriado “The Walking Dead” – deu apenas uma breve olhada nas instruções de direção e decidiu levar a banda a uma fazenda de cabras de verdade, a cerca de 10 milhas a sul.

“Nós chegamos lá e tinha um cara saído de um filme do Rob Zombie no portão,” resmunga o produtor da turnê, Marvin. “Sabe lá o que teríamos encontrado lá dentro.”

“The Goat Farm”, também, tem uma atmosfera única. 12 acres em volta de uma fábrica de algodão do século 19, uma atmosfera entre Londres de Charles Dickens e o set do filme de terror Deliverance, de John Boorman. Com galinhas ciscando pela poeira do chão, trens de carga passando por perto e o ar sendo preenchido por gritos esporádicos de um grupo de teatro local ensaiando uma performance que soa alarmantemente como um filme pornô sado masoquista do Eli Roth, é um set cheio de sons, vida e cores, e a banda começa a se acalmar, enquanto são preparados pelo confiável fotógrafo da Hammer, John McMurtrie.

Num set tão teatral, é inevitável que a conversa logo se volte para a espetacular produção que o Avenged Sevenfold está atualmente mostrando ao redor do país. Desenhado numa colaboração entre a banda e a equipe e cheio dos visuais de matança da faixa título do álbum, é, nas palavras orgulhosas de M.Shadows, “o maior e mais maldoso show de rock no circuito.” A banda tem tocado em um grande castelo tridimensional, flanqueada por imagens de esqueletos sanguinários: a produção inclusive tem o seu próprio “Eddie” na forma de um rei esqueleto que rege o caos que vai se desenrolando. A banda está, compreensivelmente, muito orgulhosa de seu tamanho e espetáculo. Zacky Vengeance descreve isso como “um pesadelo feito de carne”.

“Houve vezes, no passado, que subir no palco era um pouco estranho,” o guitarrista admite, “mas agora nós temos um novo senso de propósito. Nossas horas em cima do palco são, sem dúvida, as melhores duas horas de nosso dia.”

“Espero que não sejamos os últimos dos moicanos quando o assunto é fazer um show imenso, louco e teatral,” acrescenta Synyster. “Isso é o que nós crescemos vendo, com bandas como Iron Maiden e Metallica, e eu realmente espero que não sejamos os últimos de uma espécie em extinção. Queremos explodir as cabeças das pessoas, assim como tivemos nossas cabeças explodidas por shows imensos, enquanto estávamos crescendo. O metal deveria ser espetacular e dramático. Quando as pessoas investem seu tempo e dinheiro para vir nos ver, nós devemos a eles a melhor noite de suas vidas.”

A escuridão já se espalha sobre Atlanta quando chegamos ao local do show, o Aaron’s Amphiteather, em Lakewood, com capacidade para 19.000 pessoas. Quando o Avenged Sevenfold visitou esse local pela primeira vez, durante o Warped Tour de 2003, eles tocaram um set de seis músicas de cima de um caminhão, no estacionamento. Como evidenciado pelas milhares de pessoas, quase universalmente vestidos em camisas do Avenged Sevenfold, correndo pelo lugar enquanto chegamos, a noite de hoje vai tomar uma escala muito maior.

O backstage é uma grande agitação. Homens barbudos latem em seus walkie-talkies, enquanto caixas de equipamentos são arrastados pelos corredores e todos parecem determinados a gritar um pouco mais alto que todo o restante. Dentro do camarim da banda, em comparação, há um oasis de calma, enquanto Shadows balança River em seus joelhos e família e amigos, incluindo Brent Hinds e Brann Dailor do Mastodon, conversam pelo lugar. Pouco tempo depois, o lugar é esvaziado para que Shadows tenha tempo e espaço para fazer seu aquecimento vocal, enquanto vários membros da banda vêm até a sala da produção para conversar com a gente.

Bem agradável, Arin Ilejay está acompanhado de sua esposa quando chega a hora de dar sua entrevista. O baterista de 25 anos descreve essa turnê e a entrada em definitivo para a banda como “um sonho tornado realidade.”.

“Eles me colocaram sentado quando chegou a hora de fazer o vídeo de Hail to the King e falaram tipo: “Cara, você realmente quer fazer isso?” relembra ele.

“Eles não queriam mais que a banda fosse 4 caras e um músico contratado – eles queriam que nós fossemos um só. E tudo ficou mais sólido nessa turnê. Quero dizer, é um imenso passo pra mim. Eu coloquei muito esforço nisso e sempre estive em busca da minha alma pra isso, porque você não pode simplesmente se preparar para entrar numa banda desse tamanho e importância, mas eu estou comprometido com, o que quer que aconteça. Agora eu sento na parte de trás do palco todas as noites e vejo milhares de pessoas que realmente acreditam em nós, dando tudo por nós e é simplesmente inacreditável.

“Isso não é um show fashion, é uma família de verdade e está sempre aumentando,” sorri Zacky Vengeance. “Quando você olha e vê pessoas ficando loucas com as músicas que você escreveu e que eles acabaram de fazer tudo o que podiam para ir ao show numa noite de trabalho ou de estudos, para dar apoio a você, isso é simplesmente muita coisa. Eu vi vários comentários inacreditáveis de fãs verdadeiros como “Este é o melhor show em que já estive”, e quando você ouve algo assim, realmente parece que você está fazendo a diferença.”

Synyster Gates não tem a menor dúvida a respeito da importância dessa turnê para sua banda. Um estudioso dedicado da história do metal, quando ele fala sobre como o Mastodon estaria vendendo todos os ingressos em arenas como essa, ele fala com a paixão de um fã de verdade. Então, é um pouco alarmante, para não dizer pior, ouvi-lo dizer que o metal é “um gênero em extinção” nos Estados Unidos. Em sua opinião, o metal é novamente um movimento underground nos Estados Unidos e se isso soar alarmante tente pensar numa única banda de metal que conseguiu disco de platina nos últimos cinco anos. Você vai lutar pra achar. Enquanto as raízes da cena do metal estão férteis e vivas, não há outra banda de metal com membros abaixo dos 40 anos de idade neste circuito, o que levanta algumas questões perturbadoras para o futuro.

“Música é algo cíclico,” afirma Synyster. “O metal vai se reerguer. O metal tem que revidar. Porque agora, rádios alternativas nos Estados Unidos apenas tocam coisas do tipo Riverdance, com bandas como Mumford & Sons e The Lumineers em loop, então, nunca foi tão importante para as bandas de rock mostrar às pessoas uma realidade diferente.”

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