Na última edição de Junho a revista Kerrang! fez um especial sobre as lendas imortais do Rock, onde Chris Jericho escreveu um artigo falando sobre o Jimmy ‘The Rev’ Sullivan. Confira abaixo a tradução completa da matéria.
The Rev – por Chris Jerico
Mesmo que ele tenha falecido com apenas 28 anos de idade, Jimmy Sullivan mudou a maneira de tocar dos bateristas modernos, diz Chris Jericho, frontman da banda Fozzy e amigo pessoal do Avenged Sevenfold.
Vamos voltar para o começo dos anos 2000. Lá atrás eu não me sentia bem em fazer solos ou ter uma bateria intrigante como aquela. Foi isso que me impressionou de primeira em relação ao Avenged Sevenfold. Você via uma banda com um visual meio emo, que mal mereciam o crédito porque eles eram muito bonitos. E então, você escutava o som…
A bateria me impressionou do quão intrigante ela era. Eu pensei que aquilo era tão metal e ao mesmo tempo tão SoCal punk (estilo típico da Califórnia). The Rev estava curtindo Mr. Bungle e bandas tipo Frank Zappa. Ele realmente trouxe uma vibe diferente para a banda. M. Shadows era mais um cara do Metal, Synyster Gates era do tipo Zappa, mas o The Rev era tudo isso e realmente empoderou aquela máquina.
O estilo do The Rev era incrível também. As vezes quando você escutava a banda, achava que era legal, até vê-los ao vivo… O The Rev era muito animado e trabalhava muito duro. Outra coisa também: seu backing vocal era excelente! Isso adicionou um novo elemento, ele trouxe aquela vibe meio Michael Anthony (Van Halen), onde conseguia cantar muito alto. Você consegue ouvir no refrão de Critical Acclaim. A banda ainda usa suas gravações quando toca essa música ao vivo.
A melhor coisa sobre o The Rev que ele tocava para a música. Escute Beast and the Harlot: sua bateria é um solo constante, é insano! Existem coisas que ele fazia como air-drummer, que eu ainda não tenho ideia. Era uma técnica muito avançada, mas que o mais importante, ainda combinava com a música. Ele não estava querendo se aparecer, ele apenas mostrava o que eles podiam fazer juntos. O The Rev inseriu diferentes mudanças de tempo enquanto os guitarristas faziam harmonias de Halloween.Era muito o poder do metal dentro desta banda moderna e popular. Eu sou um grande fã de Power Metal e isso me lembra muito nos caminhos que as músicas foram feitas. Muito disso foi de responsabilidade do The Rev. Ele trouxe muitas vibes clássicas. Eles eram uma combinação de Halloween com Guns n’ Roses encontrando o Ramones. Colocaram tudo isso em um liquidificador e tornaram algo fresco e excitante em pleno 2005. Toda a vibe e atitude era algo perigoso e ainda é até hoje. É muito legal que o novo baterista Brooks Wackerman está agora na banda porque ele é desta mesma área. Eles eram tipo uma gangue, você os vê descendo a rua juntos olhando como se eles fossem brigar com você. Eles pareciam perigosos e uma boa banda de rock and roll precisa ter este elemento.
The Rev era como Alex Van Halen e Vinnie Paul em um só, porque você sempre reconhece seu som quando escuta sua música. Quantos outros bateristas você consegue reconhecer por meio do seu som, voz ou composições? Esse cara, para mim, era como o Cliff Burton do A7X: ele deu tanto para a banda que eles não teriam conseguido sem ele. A maturidade, harmonia e melodia eram únicas. Eles não teriam se tornado tão grande quanto são agora, lotando arenas, sendo headliners do Download, sem aquilo que eles aprenderam com o The Rev. Há muitas semelhanças entre o The Rev e o Cliff Burton neste sentido: ambos doaram muito para suas bandas que fizeram grandes homenagens quando perderam esses membros. Ele era como a mão guia que puxou seu navio pelo mundo. Era o gigante Reverend puxando o A7X para o mundo.
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One Comment
Deathbat
10 de julho de 2016 at 17:20Muito boa a tradução, mas uma corrigindo o nome da banda é Helloween* e não “halloween”! /,,,/