A revista Metal Hammer fez um especial ao Avenged Sevenfold na sua edição de número 310, com 21 páginas. A sexta parte fala sobre o envolvimento de Zacky com os negócios da banda, sua relação com os fãs e sua apreciação por Huntington Beach.
Confira tradução:
O HOMEM DE NEGÓCIOS
“TENHO CERTEZA DE QUE NINGUÉM ESTÁ TENTANDO NOS ENROLAR”.
Além de tocar os riffs que mantém o Avenged unido, Zacky Vengeance é o cara responsável por manter o plano de negócios em dia.
Se tratando de maus negócios, conselheiros esquisitos ou os perigos sedutores da decadência do rock’n’roll, não há garantia que depois que uma banda alcança o auge terão almoços caros e piscinas em forma de guitarra para sempre. A realidade é que nenhum artista ou banda consegue se isolar do mundo dos negócios da indústria da música, e para o Avenged Sevenfold, é o guitarrista Zachary Baker – conhecido por Zacky Vengeance – que mantém o olho atento nos negócios da banda.
“Acredito que carrego uma forte visão do que mantém a integridade do Avenged Sevenfold ao longo de tudo que fazemos,” ele diz. “Eu tento lidar com os aspectos do negócio para ter certeza que ninguém está tentando nos passar a perna e ter certeza que estamos tomando decisões corretas.” Uma pesquisa superficial do abundante sucesso da banda sinaliza que ele está fazendo seu trabalho muito bem.
Essa manhã, encontramos o Zacky terminando de fazer as “coisas da vida de um pai”, enquanto ele nos conta. Quando ele não está em turnê, Zacky só se dedica a vida em família, gastando seu tempo fora na sua casa em Huntington Beach com sua esposa e seu filho de dois anos. Assim como os outros, ele foi criado lá e não viveria em outro lugar. “Huntington Beach engloba tudo de bom sobre o sul da California. Se você olha para esquerda você tem o oceano; para direita tem montanhas cobertas de neve. Você tem surfistas, skatistas, punk rockers, gangbangers e personagens de stand-up trabalhando duro pela comunidade. Você também tem muitas pessoas sem casa que caíram em maus momentos. É uma malha de várias caminhadas da vida que se juntam harmoniosamente. É um lugar incrível para se viver. Eu nunca vi tanto orgulho por uma cidade como o pessoal de Huntington sente por Huntington Beach.”
Pensativo e sincero, é fácil perceber porque Zacky se encaixa tão bem com o resto dos rapazes; ele carrega consigo sinceridade, gratitude e uma saudável dose de humildade, e é claro que ao passar do tempo, ele aprendeu a equilibrar o sucesso profissional com as coisas que importam mais pra ele. “ A família é o número um, acima de tudo,” ele diz. “Eu fui abençoado com a mais incrível família. Eles ajudaram com tudo que fiz e ainda ajudam. Eles amam ir aos shows, eles amam meus colegas de banda, amam meus amigos e agora que tenho um filho próprio, é de se esperar muito dele todo dia. E eu dou muito valor ao tempo que gasto com meu pai. Agora que ele ficou mais velho, ainda fazemos coisas legais juntos. Todo sábado e domingo pela manhã nós saímos andar de moto juntos e jogar conversa fora.”
Zacky também supervisiona as artes da banda e os designs de camiseta, e ele também veio com o nome da próxima turnê com o Prophets of Rage e o Three Days Grace – The End Of The World Tour.
“Estamos meio que em um ponto perigoso da história,” ele explica, “e eu senti que o End Of The World Tour foi meio que uma forma de prestar uma homenagem ao fim desse ciclo de turnês do Avenged Sevenfold. Mas também é um jogo com as palavras pelo fato de que temos um presidente instável e um monte de líderes instáveis. Você nunca sabe quem tem o dedo no botão. Essa é a vez que o mundo mais se polarizou durante minha vida, então senti que era o nome certo.”
Raro é o músico que escuta exclusivamente o mesmo tipo de música que ele ou ela faz, e Zacky não é exceção. “Acho que tem coisas bem legais acontecendo no mundo do rap e do pop. Acho que o Post Malone é bem legal pois é um candidato improvável a ser um superstar do hip hop e eu acho isso muito foda. Acho que o punk rock é punk rock quando você pode fazer algo quase impossível e fazer melhor que outras pessoas. Mas amo Gojira. Acho Mastodon e Gojira incríveis. Por mais que eles fossem muito populares, ainda acharia que são subestimados. Ouvir as bandas fazerem músicas incríveis é muito, muito renovador. Além disso, sempre volto aos clássicos. Sempre ouço Led Zeppelin, Black Sabbath. Eu amo essas coisas.”
Durante nossa conversa, Zacky demonstra um senso de autoconsciência –uma qualidade que só pode ser desenvolvida após ciclos inacabáveis de riscos, lições difíceis e progresso. Você não pode sobreviver durante 20 anos no rock’n’roll e sair do mesmo jeito que entrou. Quando Zacky reflete sobre a jornada até agora, são os fãs que colocam tudo em perspectiva. “Um dos melhores presentes de ficar velho é o quanto eu aprecio nossos fãs. Não é sobre o dinheiro, não é sobre nada disso. É incrível que posso cuidar da minha família e trazê-los comigo numa turnê, mas o melhor é as histórias dos fãs. O fato de que as pessoas tem nossos nomes tatuados nelas. Eu olhei nos olhos de crianças enquanto elas me diziam que a nossa banda salvou suas vidas. Fãs fizeram amigos, eles se encontraram e formaram famílias por causa de nós. Pessoas tem ligações com seus pais sobre nós. E você não aprecia isso até ficar mais velho e tiver uma família você mesmo. Quando eu era mais novo tinha vezes que ficava puto quando fãs vinham falar conosco enquanto almoçávamos, mas agora eu estou muito feliz por ter fãs.”
Perguntamos para os outros o que fariam se a banda acabasse amanhã, e antes de olhar pro futuro, Zacky olha pro passado. “Se o Avenged Sevenfold acabasse amanhã,” ele diz com paixão, “Eu agradeceria por ter chegado tão longe. Eu ficaria muito feliz que nossa banda – nossa banda hardcore de merda que começamos numa garagem – conseguiu viajar o mundo uma porrada de vezes e tocar para milhões de fãs e se tornar amigos do Metallica. Se tudo acabasse amanhã, por qualquer motivo, eu estaria triste sem dúvidas, mas agradecido por tudo que aconteceu.”
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