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Avenged Sevenfold na KERRANG! – entrevista traduzida

O Avenged Sevenfold foi capa da edição da semana passada da revista KERRANG! e em uma entrevista exclusiva, M.Shadows fala sobre o período de férias da banda, como foram as composições sem o The Rev, as gravações do novo álbum e mais! Clique em leia mais para conferir a tradução completa dessa matéria e os scans da revista.

Todos os reis

O Avenged Sevenfold anunciou o lançamento do seu novo disco Hail to the King. Após a tragédia que sobreveio suas vidas com a morte do baterista Jimmy ‘The Rev’ Sullivan, o frontman M.Shadows fala exclusivamente a KERRANG! que este disco virá de um lugar muito diferente. Essa é a história de sua redenção e renascimento.

Quando o Avenged Sevenfold colocou seu quinto disco, o Nightmare, para dormir, foi o fim de um longo e fatigante processo que cada um eles passou: tragédia, perda, dor e escuridão.

Esse álbum foi gravado na sombra da morte de seu baterista Jimmy ‘The Rev’ Sullivan que faleceu de overdose acidental de uma mistura de drogas e álcool em 29 de Dezembro de 2009. No disco, há algumas letras dele como também letras que falam sobre a sua vida. Só de estar em estúdio já foi duro o suficiente, mas então a banda partiu para o mundo e por palcos onde a ausência de Jimmy era um lembrete permanente sobre o que havia acontecido.

Em entrevistas e quando eles falavam com os fãs, o porta-voz da banda M.Shadows, era perguntado sobre suas memórias de Jimmy, abrindo aqueles sentimentos para vender discos, ingressos e ligar a banda. E então, quando o ciclo do Nightmare acabou – contando com um enorme show no Download de 2011 – o Avenged Sevenfold decidiu que era melhor eles darem uma parada com isso por um tempo, eles decidiram que era melhor não pular direto dentro do vagão do trem. Assim, eles voltaram para suas casas em Huntington Beach e disseram ao mundo que podiam esperar.

Surfar durante o verão, noites em frente a televisão, dias ao lado da família e tardes gastas comendo foram a programação de 2012. Um verão de desintoxicação, descompressão e recarga foi exatamente o que eles precisavam, parcialmente porque, depois de um tempo, eles ficaram entediados a ponto de chorar. Foi aí que eles souberam que era hora de recomeçar as coisas.

Falando exclusivamente com a KERRANG! em uma entrevista por telefone de sua casa em Huntington Beach, M.Shadows disse que o Avenged sentou e pensou sobre o que eles queriam para como o sexto álbum, Hail to the King, soasse. Esse será o primeiro disco feito sem o The Rev e deu à eles a chance de prosseguir.  E eles prosseguiram.

Quando Shadows fala sobre Hail to the King, ele faz com um pouco de ansiedade. Ele faz referências ao Black Album do Metallica, dizendo “as pessoas não entendem logo de cara, mas logo depois que elas tiram um tempo eles percebem que é um clássico.” . Ele fala sobre como ele conversou com o novo baterista, Arin Ilejay e o disse que o fãs viriam até ele quando ouvissem o estilo do novo CD. Parcialmente é por parte de seu estilo de tocar, mas a maior parte é que esse é um jeito diferente do Avenged tocar.

O que antes o Avenged Sevenfold gostava de ficar bebendo todo o verão, nesse eles preferiram jogar golfe e jantar em restaurantes legais.Porque essa é a banda que cresceu e está andando e com esse álbum eles estão fazendo o mesmo.

 

KERRANG: Parece que Hail to the King será mais bruto que os outros álbuns, por que?

M.SHADOWS: Dos últimos discos, as pessoas perguntavam o que estavam ouvindo e sempre acontecia e não mudava. Era sempre Pantera, Metallica, Megadeath e AC/DC. Nós sentimos que o metal caiu depois dos anos 90 em termos de produção e escrita. O Metal não está mais em primeiro plano como costumava ficar.

Nós queríamos escrever um CD que fosse influenciado pelo começo dos anos 90 e a metade dos anos 80, que foram discos que a gente ouvia enquanto estávamos crescendo. Então nós fomos mais fundo e com influências de Black Sabbath e Led Zeppelin. Nós estudamos esses discos, olhamos o que eles faziam e como faziam. Muito deles veio do blues, então nós estudamos o blues e música clássica. Nós queríamos escrever um álbum que fosse diferente.

K: Esse foi o primeiro disco que vocês fizeram completamente sem o Jimmy. Foi muito estranho?

M.S: Quando começamos a banda o The Rev não escrevia muito. Até o City of Evil (2005) e o Avenged Sevenfold (2007) ele não escrevia além das composições da bateria. Então nós meio que voltamos à essa época. Eu definitivamente não gostei nem um pouco, no entanto, no passado nós chegávamos à pontos que que tínhamos escrito seis ou sete músicas e nós estávamos completamente drenados. Era bem quando ele vinha com quatro excelentes músicas que encaixariam perfeitamente no disco. Ele trouxe influências diferentes, ele era cheio de meta e ele sempre conseguia escrever qualquer estilo que estivéssemos procurando. Então quando conseguimos as faixas seis e sete do álbum, nós sentimos muito sua falta. Eu realmente desejei que o Jimmy estivesse lá para terminar o disco. Mas não era o caso, então nós tivemos que fazer do nosso jeito.

K:Como o novo baterista, Arin Ilejay, se encaixou no novo álbum?

M.S: Ele detonou nesse álbum! Fez exatamente tudo que precisávamos que ele fizesse. Nós não precisamos escrever nada as linhas de bateria, ele sabia o que precisava fazer, se esforçou muito na pré-produção e mentalmente estava no lugar em que deveria estar.

Esse disco irá surpreender pessoas, por que a bateria é completamente diferente de tudo que já fizemos antes e isso aconteceu por causa de como foram feitas as composições. Nós escrevemos músicas que precisávamos para esse tipo de som. Eu conversei com o Arin e disse: “Olha, as pessoas virão até você devido ao que esse disco soará. Eles irão pensar que você deveria estar tocando como o Jimmy ou o Mike tocavam. Mas se o The Rev estivesse aqui conosco, essa era a maneira como ele haveria tocado. Ele não faria diferente, ele sentaria atrás da bateria e tentaria fazer soar o mais poderoso em vez de técnico. Eu pedi ao Arin que se ele estivesse ok com isso, eu perguntei se ele estava ok com o ódio que ele poderia receber. Ele disse que estava, que ele queria fazer o que fosse melhor para nós e para a banda.

Claramente, se o Avenged Sevenfold já está falando do ódio que provavelmente receberá , esse será um disco que tomará diferentes caminhos que o Nightmare ou o self-titled Avenged Sevenfold, a diferença pode ser notada as letras.Enquanto o último disco era focado inteiramente no Jimmy, nas palavras de Shadows, refletindo sobre a perda do amigo, dessa vez houve um escudo sobre escrever algo pessoal. Quando ele estava falando sobre o novo álbum, ele não se encontrou falando sobre o The Rev de novo e de novo. Em vez disso, o Hail to the King eles falam que cantarão sobre espíritos do mal e até sobre viagens espaciais.K: O que vocês estão escrevendo em Hail to the King?

M.S: O Nightmare teve um peso emocional muito forte e nós quisemos sair disso. Nosso desejo foi voltar a contar histórias e escrever letras de metal. Há muitos temas religiosos nas composições e diferentes pontos de vista. Há alguns cantos fúnebres maus nele – todos os tipos de coisas, basicamente é um grande conto. Nós voltamos ao que queríamos que a banda fosse no começo de tudo, que é mais divertido. Eu não acho que o metal deve ser levado de uma maneira tão a sério.

K: Isso foi uma tentativa deliberada de parar de falar sobre o Jimmy depois de lidar com a perda tão abertamente em Nightmare? M.S: Com certeza. E eu espero não passar por isso. Ao mesmo tempo foi legal falar sobre nosso melhor amigo e falar para o mundo sobre ele, mas nós acabamos com isso agora. Nós tivemos que nos levantar e começar a caminhar.

K: Então foi uma decisão consciente sobre não escrever pessoalmente?

M.S: Eu apenas não estava sentindo isso, para ser sincero. Essas músicas são muito épicas por que, se eu fosse escrever algo sobre um sentimento pessoal, não teria tido a mesma vibe. A vibração é uma perfeita maneira para contar uma história porque há diversos sobes e desces nela. Eu prefiro ouvir algo épico e foda do que escutar alguém me contando sobre seus problemas. Eu prefiro escutar uma história legal do que escutar os outros falando sobre eles mesmos.

 

Hail to the King foi escrito no final de 2012, seguindo de um longo verão onde o Avenged Sevenfold deve ter pensado à vontade sobre música, mas as vezes eles acabavam sem material algum. Shadows fala sobre semanas e meses que eles eram incapazes de escrever qualquer coisa. Ele fala sobre o “declive da tempestade e ter o próprio tempo para que não fizessem músicas ruins.”. O que faz soar muito mais preocupante do que de fato é, porque no verão passado o Avenged não estava preocupado a compor músicas e por isso eles não estavam tentando. De fato, eles estavam cientes que tinham créditos e tempo e assim a música viria. Eles acharam melhor descansar, curtir, relaxar e aproveitar o verão fora da estrada.

 

K: Quão importante foi para vocês tirar o verão de folga?

M.S: Nós tínhamos que recarregar nossas baterias e nós queríamos esperar até eu a inspiração chegasse até nós. Não queríamos fazer qualquer coisa tão cedo e jogar merda. Nós precisávamos dessas férias porque passamos muito tempo em turnê e já era hora para a gente se aquietar e nos orientar de novo. Teríamos implodido se tivéssemos escrito um álbum logo depois do ciclo de turnês. Não quisemos soltar uma bosta e não quisemos lançar um álbum terrível subitamente feito às pressas.

K: Então como foi que vocês se recarregaram?

M.S: Todos nós fizemos coisas que todo mundo faz. O Synyster surfa todo dia, sai com sua esposa e vai jantar. Zacky também surfa. Eu jogo golf e passo meu tempo com a família e os amigos. As vezes é legal ficar jogado no sofá assistindo televisão ou jogando videogame, ou jogar golf.

K: É justo dizer que seus gostos mudaram? Dez anos atrás, férias significava passar a noite bebendo e agora é jogar golf.

M.S: Eu acho que meus gostos são um pouco mais refinados. Todo mundo cresce e não é vergonhoso, eu prefiro jogar basquete, golf e guardar a bebida para o fim de semana. Eu não preciso mais sair e tentar me matar toda noite.

Nós temos sorte de poder tirar um tempo de folga, mas ao mesmo tempo arde um fogo por dentro. Eu só quero ter certeza de que tudo que a gente lançar seja fodido, é tudo que eu me preocupo. Se demorar um pouco mais, tudo bem e se a gente cresceu e mudamos por fora, também está tudo bem; mas quando lançamos um disco tem que bater, ter muito metal. Se não fizer isso, estamos nos vendendo a preços baixos.

K: Quando souberam que era a hora de voltar a compor?

M.S: Nós realmente sossegamos por alguns meses, mas aí você fica entediado e vai escrever um disco porque está cansado de tudo aquilo. As vezes sentar no sofá dá uma animada porque tem um momento que percebe que não dá para fazer aquilo para o resto da vida. Todos nós atingimos esse ponto então aí que fomos começar a compor.

 

A banda se reuniu em setembro de 2012 para definir sua rotina. Eles trabalhariam de 8 a 12 horas por dia de segunda à sexta e eles fizeram isso todos os dias até fevereiro desse ano. “Quando decidimos nos juntar,” ele diz “nós no juntamos.”. Nos finais de semana eles se separam, vão para casa e tiram suas cabeças um pouco do disco. Mas chega segunda de manhã, eles estão lá de volta.

K: Como funciona a composição das letras?

M.S: Nós conversamos e decidimos qual a vibe que queremos para a música, para vir com os riffs. Então nós começamos a construir em volta dessa vibe escrevendo riffs que funcionariam para ela. Nós tentamos não perder muito tempo com coisas que não funcionam, assim logo que algo nos tira da vibe que buscamos, jogamos fora.

K: Então é uma aproximação muito organizada e dedicada?

M.S: Eu vejo a música da mesma maneira que vejo os esportes. Eu quero ganhar do mesmo jeito que quero que minha banda seja a melhor. Quando nós lançamos um disco novo, meu objetivo é deixar as pessoas de queixo caído. Então foi pesado o período de composição de setembro à fevereiro. Uma vez que tínhamos passado por isso, a gravação foi muito fácil. Nós tínhamos uma ampla visão do que queríamos, então fomos lá e executamos.

 

Os resultados estarão para todos verem em agosto, mas do jeito que Shadows fala, Hail to the King pode ser uma surpresa para alguns. Mas é uma banda que está mais velha, sábia e que refletiram sobre o que escreveriam.

E então volta o período de estrada, a banda tocará na Inglaterra em novembro e dezembro – três datas apenas em três gigantes espaços, incluindo Wembley –  e eles estão prometendo levar todo um palco novo nunca visto no Reino Unido.

“Nós sempre quisemos chegar a um ponto que não precisaríamos ir a todos os lugares do Reino Unido. Nós sempre desejamos dizer ‘Nós só vamos tocar em uns três lugares e colocar grandes espetáculos neles em vez de vários menores.” Diz Shadows.

Depois da tragédia e da emoção do Nightmare, o Avenged está de volta ao topo e prontos para reivindicar o que é deles. Saúdem os reis!

 


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