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Estávamos somente nos divertindo, se as pessoas levaram muito a sério, então isso é problema delas.

Em entrevista para a Revolver MagazineM. Shadows conta como foi realizada a escolha dos covers, a versão Deluxe do álbum The Stage, a forma que a banda lidou com a morte do Chester Bennington e Chris Cornell e se já estão trabalhando em algo novo.

Confira a primeira parte da entrevista:

Você era próximo do Chester?

Eu não era próximo a ele, o conhecia de passagem. Eu sou muito próximo do Mike e até jogo bastante golf com o Dave Farrell.
Mike é um daqueles caras que eu iria junto ao Coachella, nós tocamos a versão demo dos nossos novos álbuns e discutimos sobre a produção. Nos tornamos muito próximos, ele o Brian e eu, então quando isso aconteceu… é difícil perder um amigo e é muito difícil ver isso acontecendo com um amigo seu, sabendo que você passou recentemente por isso.
Eu acredito que isso te fez ter muitos flashbacks da morte do The Rev.

Sim, eu acredito que estar do outro lado faz você saber melhor o que falar. As pessoas normalmente não sabem como agir quando acontece algo assim, eles não sabem se estão se aproximando de mais ou de menos, se estão falando de mais ou de menos também.
Para mim, eu sei que não há nada que você possa realmente falar, então eu disse para eles ‘Nós estamos aqui para vocês, qualquer coisa que precisa só nos chame’. Nos aproximamos algumas vezes, mas sempre respeitando o tempo de luto, deixando eles entenderem o que havia acontecido, por que não há nada que alguém possa dizer em um momento como aquele.

O que você acha sobre o Chester e o Chris Cornell tirando suas próprias vidas? Não foi só um, mas dois socos no estômago no mundo do rock.

Sim, foi surreal, totalmente surreal. A forma como tudo isso aconteceu e como eles eram amigos… É bem confuso e de quebrar o coração, porque os dois eram ótimos cantores. Soundgarden é uma das minhas bandas favoritas, tivemos a chance de vê-los na Carolina Rebellion este ano porque íamos tocar duas noites depois. Não tenho palavras, cara. É muito difícil.

Bom, vamos falar de algo mais feliz, tipo a versão Deluxe do álbum The Stage que vai ser lançado em dezembro. Da onde surgiu a ideia de adicionar todos os covers?

Quando estávamos gravando o The Stage percebemos que nunca tínhamos gravado covers adequados, nós estávamos pegando músicas, tocando da nossa forma e brincando com isso. Eu entrei com a ideia de fazer o cover de ‘Wish You Werer Here’, mas não era algo que queríamos gravar. Sempre mantemos nossos álbuns bem segmentados, nunca teve colaborações ou covers neles. Logo, a ideia era gravar vários covers e colocar em plataformas de serviços online, um dia a pessoa iria acordar e ter uma música nova para ouvir. Então, cada um escolheu uma música que queria tocar.

De todos os covers ‘The Bungle’ é a que mais fica próxima com o som da  banda. Foi uma decisão consciente evitar fazer covers de Metal?

Eu acho que uma banda de metal fazendo covers de outras bandas de metal é meio chato, é muito ‘todos já fizeram’. No passado não tivemos problemas em gravar ‘Paranoid’ ou ‘Walk’, mas hoje em dia é o mesmo estilo de banda fazendo o mesmo estilo de música e isso não nos deixa mais empolgados em fazer. O que eu amei sobre gravar ‘God Only Knows’ foi colocar nosso toque nela, transcrever as músicas e ouvir belos acordes, ver o que eles estavam fazendo na época e tentar trazer aquilo para 2017 com nosso próprio toque, um toque mais moderno, mas mantendo os ótimos detalhes que eles fizeram. Eu acho que isso foi muito importante no processo de gravação do The Stage, sentir que esses tipos de bandas nos influenciam bastante nos dias de hoje, então fez mais sentido fazer cover delas do que fazer um cover de Dio ou outra coisa parecida.

Foi intimidante ter que cantar músicas que o Mike Patton ou o Brian Wilson cantou?

Todos os covers que fizemos foram intimidantes, vocalmente falando. O negócio sobre covers é que a primeira coisa que vão notar é a voz, porque não é da mesma pessoa que fez a música. Se você ouvir o que o Axl fez com a música do Bob Dylan ‘Knockin’ On Heaven’s Door’ é totalmente diferente. Na época, a primeira versão que eu ouvi foi com o Axl cantando, tenho certeza que vários fãs do Bob Dylan disseram que a versão do Guns N’ Roses era ruim. Acho que depende da geração que você está incluso, qual versão você ouviu primeiro e qual a voz você está acostumado a ouvir. Eu estava lá tentando cantar Pink Floyd, Brian Wilson e Patton, que com certeza, são uns dos melhores vocais de metal de todos os tempos. Então pra mim foi sobre tentar ser eu mesmo, fazer o que eu faço e tentar colocar nosso toque na música, mas como vocalista, você será a primeira coisa que as pessoas vão notar.
Estávamos somente nos divertindo gravando essas músicas, se as pessoas levaram muito a sério, então isso é problema delas.

Foi bem legal ouvir o Zacky cantando em ‘Runaway’.

Sim, ele me tirou da mira dos tiros por um tempo! [Risos] Embora eu não ache que as pessoas ficaram tensas sobre o vocal do Del Shannon.
O Warren Fitzgerald tocou essa música com a gente, ficou a própria reencarnação do The Vandals ter o Brooks e o Warren tocando juntos, e claro, o Zacky é muito fã de punk rock. Então fizemos uma versão punk da música, o Zacky queria muito cantar e eu pensei que isso adicionaria um tom agradável ao álbum, ter uma voz diferente nele.
Acho também que isso possa ser algo que a gente trabalhe mais no próximo álbum, com o Zacky e o Brian cantando, por que não? Adicionando alguns elementos diferentes nele.

A música “Dose” é a única de autoria própria que vai entrar na versão deluxe e foi gravada durante o processo de criação do The Stage. Vocês estão trabalhando em algo novo já?

Já temos muito material até agora para pensar em algo novo. Nós focamos muito em um assunto para cada álbum e acho que é por isso que eles são tão diferentes um do outro. Eu acho que se a gente começar a escrever agora, nossas cabeças vão estar no The Stage e espaço ainda, então qualquer coisa que fizermos agora será uma extensão dele. Mas se daqui dois anos estivermos com o mesmo pensamento de hoje, eu seguiria feliz com esse assunto, porque eu amei o jeito que este álbum ficou.
Se a cabeça da banda e a minha estiver em outro lugar totalmente diferente daqui dois anos, eu vou aceitar totalmente também, até porque eu amo lançar álbuns polarizados.

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