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“Fazia tempo que não tínhamos que conquistar uma plateia que normalmente é hostil.” M. Shadows

Em entrevista para a revista Metal Hammer, M. Shadows e Synyster Gates contam sobre o relacionamento entre os integrantes da banda, o que pensam enquanto estão compondo, o lançamento surpresa do álbum ‘The Stage’ e sobre as músicas do ‘The Stage Experience’.

Confira tradução completa:

“Meu café da manhã favorito é definitivamente o inglês,” diz M Shadows a caminho de um hotel luxuoso em Manhattan. “Vamos fazer essa entrevista comendo esse café da manhã!”
O tom do vocalista do A7X está jovial e relaxado hoje, como se ele não tive com o que se preocupar. É surpreendente, considerando que sua banda teve de cancelar um show com o Metallica na Filadélfia, que era o segundo show da turnê World Wired. Após a primeira apresentação das bandas, em Baltimore, Synsyter Gates teve de voltar para casa pois sua esposa, Michelle, entrou em trabalho de parto pré-maturo.
“Baltimore foi um show incrível! E pensamos ‘nossa, isso vai ser foda’. E aí: não. Isso foi um belo soco no estômago porque tinha 52.000 pessoas com ingressos. E muitas dessas pessoas compraram os ingressos com o pacote completo, e então elas ficam chateadas e você não pode fazer nada por elas, pois no ingresso não tem o seu nome.
Isso até poderia ter causado uma super discórdia entre a banda, mas foi o contrário. Não só o A7X é uma banda de amigos muito próximos, como Synyster Gates e M.Shadows são cunhados. “Ainda bem que tenho meus melhores amigos nessa banda,” diz Gates no dia seguinte no camarim do show em Nova Jersey. Eles não me fizeram sentir nenhum pouco culpado por dizer ‘preciso cancelar o show com o Metallica, caras.’ Eles me olharam e disseram, “Vai logo, porra! Vá se tornar pai!”. Créditos ao Metallica também, eles me apoiaram muito. James veio aqui há um segundo para me parabenizar – os caras exalam classe e nós aprendemos demais com eles. Somos muito sortudos de passarmos esse tempo juntos.” No cantinho do camarim, Shadows está fazendo aquecimento vocal.
Não é nenhuma surpresa que há tanta solidariedade entorno do Avenged Sevenfold. Após o falecimento de Jimmy “The Rev ” Sullivan, eles estão ligados a um laço emocional muito forte, o que os fizeram seguir seus caminhos nos seus próprios termos. Um grande exemplo é o sétimo álbum da banda, “The Stage” que elevou o estilo da banda a um metal mais progressivo e orquestral.
“Uma coisa que amo nessa banda é que não temos medo. A última coisa que passa pela nossa cabeça é escrever algo que o público irá gostar. A gente apenas escreve o que nós queremos.”
Essa atitude se estende em todos os aspectos relacionados a banda. O lançamento de “The Stage” teve um ato ousado quando o vocalista do Fozzy, Chris Jericho, fingiu que deixou escapar informação sobre o então álbum “Voltaic Oceans”, com lançamento para dezembro. Assim, quando a banda realmente lançou seu álbum mais cedo do que a data “vazada” por Chris, todos foram pegos desprevenidos. Eles foram a primeira banda de metal a fazer um lançamento surpresa, com uma apresentação ao vivo no topo da gravadora. Como resultado, o álbum vendeu 76.000 cópias na primeira semana. Parece bastante. mas para o A7X , esse foi seu menor número numa década e eles não se importam com isso.
“Eu realmente não ligo pra isso. Na verdade, se você começar a ligar pra isso, tudo desmorona. Sabíamos que se não lançássemos de surpresa, teríamos um número diferente. Às vezes no fundo do seu cérebro você pensa “Foda-se”. Nós subestimamos tudo que empurra música as pessoas, todos foram pegos desprevenidos. As rádios não queriam pegar o “The Stage” porque diziam que não era novidade mais, as revistas não queriam fazer resenha do álbum, pois eles já tinha sido lançado. Essas são coisas que nunca pensamos antes, a gente só queria que fosse divertido. “Todos perguntando se mudaríamos alguma coisa” diz Gates no dia seguinte, “e a resposta é ‘Não, mas talvez’.” Pra gente, a recepção do álbum foi incrível. Lançar uma música de 9 minutos foi a coisa mais inteligente a fazer? Talvez não, mas temos a consciência de que, pra gente, era o certo a ser feito e ainda há mais sete músicas para serem lançada que foram gravadas na mesma época que “The Stage” estava sendo gravado. Elas estarão disponível aos poucos para os fãs. Shadows não quer dar muita informação sobre elas, preferindo manter os elementos sob sigilo, mas ele demonstra estar empolgado por entregar mais agrados inesperados. “Fizemos seis covers e uma música que simplesmente não se encaixava no álbum. Até o final do ano, haverá 18 faixas que chamamos de The Stage Experience”, conta Matt.
Ao fazer as coisas dessa forma, a banda pretende promover o álbum até 2019. “Nós tocamos nosso primeiro show nos Estados Unidos há três semanas. O álbum lançou não faz um ano. É tudo muito complicado” diz Shadows.
Mesmo sendo complicado ou quais sejam os números finais, o A7X está apoiando o Metallica. Então, estão fazendo algo certo. Eles não podem usar o mesmo palco que criaram para a turnê na Europa e Reino Unido, mas isso não os incomoda. O show começa e está dia ainda e tudo que eles têm é um efeito pirotécnico atrás deles. Eles sequer tem seus nomes no banner. Acontece que eles não precisam. Do momento que eles sobem ao palco, eles ficam muito confortáveis, não importa se é uma grande arena ou se os gigantes do metal vão tocar depois deles. “É um ato de humildade” diz Gates. É uma energia diferente tocar para todos aqueles fãs que não são seus, mas é inspirador pois você se dá conta que não se pode acomodar e que há muita estrada pela frente. Você tem que curtir todo o processo e colocar 110% do seu coração em tudo que faz.”
Shadows diz que tem que se confiar na música. “Fazia tempo que não tínhamos que ir até lá, tocar durante o dia e conquistar uma plateia que normalmente é hostil. É algo legal de fazer, algo que nos trouxeram aqui, que é trabalhar duro. Transformar descrentes em crentes. Mostrar a eles que podemos tocar e que pertencemos àquele lugar. A gente acredita demais que pertencemos àquele lugar.”
Isso é muito claro durante o set, principalmente durante a canção Nightmare, que a platéia canta em coro. A banda recebe o triunfo e todos aproveitam muito, menos Gates. “Depois do show, voo direto pra casa. Não pretendo ficam muito bêbado como provavelmente ficaria após um show do Metallica, talvez eu beba apenas um vinho branco no caminho…ou dois. Talvez três.”
Ele esboça um sorriso feliz. E porque não estaria feliz? Ele agora é pai, sua banda está tocando com o Metallica e seus planos de dominar o mundo estão se concretizando. Um café da manhã após o outro.

Tradução: Paula Quissack

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