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Os 10 álbuns de Metal favoritos do M. Shadows – Parte I

Em uma entrevista para a Rolling Stone, M. Shadows citou seus 10 álbuns de Metal favoritos e contou o significado por trás de cada um.
Confira a primeira parte:

“Quando eu fiz essa lista eu tentei buscar álbuns que realmente me impactaram em termos de estilo, tipo: ‘Uau, você consegue fazer isso com o Heavy Metal’. Então, pensei nos momentos que marcaram minha vida quando eu ouvi algo diferente, que provocou algo em mim.” M. Shadows

 
At the Gates, ‘Slaughter of the Soul’ (1995)
Eu ia todos os dias após o colégio na Bionic Records, e lá tinha um cara chamado Mike, ele só tocava Death Metal, Thrash Metal, Black Metal na loja enquanto trabalhava. Ele me apresentou In Flames e Dark Tranquillity.
Um dia ele me apresentou At The Gates. Eu entrei e perguntei ‘O que é isso?’ porquê era bem punk rock. Eu estava amando a velocidade e ferocidade daquilo. Eu estava tipo: ‘Bom, nem todas as músicas podem ser assim, isso é inacreditável’. E ele: ‘Pegue o álbum Slaughter of the Soul, você vai me agradecer depois.’
Eu estava ouvindo em meu carro e o álbum era como se alguém tivesse esmagando seu rosto com tijoladas. Os riffs eram bons, as letras eram boas, o álbum soava muito bom. Até tinha uns momentos suaves, mas quando isso acontecia do nada voltava a pancadaria. Então, pra mim esse álbum mudou tudo, porquê eu entendi que tinha bandas que tocavam coisas mais pesadas, fortes e melhor que qualquer outra. Também fazendo ótimas letras, que eram de certa forma bastante melódicas.
Depois eu ouvi muitas bandas de black metal e pra mim os riffs não eram tão bons quanto o At The Gates. O álbum ficou no meu carro durante um ano inteiro e eu mostrava para todo mundo. Eu acho que usamos bastante dele no Avenged. Foi um grande álbum pra mim.
Nós tocamos com eles na Bélgica quando eles se reuniram. Eu imaginava que eles usavam um look totalmente louco, mas foi engraçado porque eles são totalmente normais. Eu fiquei: ‘Uau, isso é louco, vocês são totalmente iguais a mim, cara’.

 

Dream Theater, ‘Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory’ (1999)
Esse foi o primeiro álbum do Dream Theater que eu dei uma chance. Eu me lembro de estar na Warped Tour em 2004, talvez, e o The Rev estava ouvindo isso na van. Nós tínhamos um novo cd player e ele estava ouvindo enquanto dirigia. Eu lembro que eu peguei o cd e coloquei no walkman, sentei no fundo da van para ouvir e absorver o álbum.
Eu amei a história dele, eu amei tudo sobre o Dream Theater naquele álbum. Depois de ouvir, eu estava pronto para voltar e ouvir a discografia completa. Aquele álbum mudou tudo porque foi a primeira vez que eu ouvi a história de um álbum e eu não tinha ouvido ‘Operation: Mindcrime’ ainda.
Esse foi o primeiro álbum que eu me aprofundei e mudou minha forma de pensar nas coisas. As coisas se encaixam tão perfeitamente neste álbum e as melodias são brilhantes. Foi a primeira vez que ouvi John Petrucci tocar guitarra, além de ser um dos guitarristas mais respeitados, é subestimado, porque eu sinto que ele não é apenas brilhante na técnica, mas também ele coloca emoção na guitarra toda vez que toca.
Este álbum me mostrou que você pode contar uma história tocando Heavy Metal, pode colocar muita coisa em um cd e nem sempre precisa ser músicas simples, pode fazer dele uma aventura. Isso realmente abriu meus olhos.

 

Helloween, ‘Keeper of the Seven Keys: Part II’ (1988)

Eu ouvi a música “I Want Out” em uma loja de tatuagem em San Jose. Fui à algumas lojas de cds, comprei álbuns do Maiden e de alguns power metal Europeus. Então ouvi essa música e fiquei “Sem chance que possa existir uma música tão nítida, limpa e ótima como está”. Então comprei ‘Keeper of the Seven Keys Part I and II’, que vieram juntos, e as músicas eram tão bem trabalhadas que poderiam ser músicas pop.
Temos o Michael Kiske que provavelmente é um dos meus vocalistas favoritos de todos os tempos, ele é impressionante. – sua voz chega ao topo sem esforço algum, é inacreditável, não parece que ele está tentando. Ele é o tipo de vocalista que é tão subestimado, porquê as pessoas nunca falam dele. Digo, você nunca encontraria o CD deles em uma Best Buy, teria que encomendar e agora finalmente já tem no iTunes. As letras são brilhantes, seria algo que o Iron Maiden faria se tivessem fazendo algo mais pop.
Esse álbum me mostrou o que é possível fazer dentro do metal melódico. Você nem sempre precisa ser audacioso e vulnerável igual ao Korn ou insano como o System. Em algumas partes parece punk rock, mas também é suave e tem ótimas letras.
Você pode perceber que este álbum influenciou o “Beast and the Harlot”. Tem algumas músicas que foi tipo: “Ok, aqui temos uma parte ótima no piano, faça uma grande progressão em cima disso”.
É um daqueles álbuns que, para mim, lembra parte da minha infância, mas quando você mostra para os outros eles ficam “Que porra é essa? Quem é esse cara cantando?” E eu sempre achei isso engraçado.

 

Iron Maiden, ‘The Number of the Beast’ (1982)

O primeiro álbum do Maiden que eu comprei foi o “Piece of Mind”, e eu só comprei porque a arte do álbum era legal e todos falavam sobre Iron Maiden, eles não eram necessariamente uma banda importante para uma criança de 12 anos na America, que foi quando eu os descobri. Então, eu ouvi o Piece of Mind e foi difícil acompanhar as músicas, com tantos solos diferentes acontecendo.
Comecei a comprar mais álbuns deles, mas “Number of the Beast” foi o que me tornou fã deles.
Eu amei as letras, era conciso, tinha tantos elementos bons e duelos de guitarras. Eu já tinha ouvido In Flames e coisas do tipo, mas eu não sabia da onde eles tinham tirado toda a influência.
Aquele álbum mudou tudo pra mim, lembro de mostrar ao Brian e Zacky e eles disseram: “Cara, esse duelo de guitarras é muito louco, olha o que eles estão fazendo! In Flames faz isso também, mas aqui é totalmente diferente, o jeito que eles colocaram isso é diferente e é muito bom”. Eu me lembro que este álbum nos mudou, que era ok ter vários solos em uma música e de repente mudar a melodia.
Logo, esse álbum foi uma grande influência para o Avenged Sevenfold, com certeza.

 

Korn, ‘Korn’ (1994)
Naquela época eu estava ouvindo mais músicas pesadas, eu conheci o Pantera por causa do The Rev. Um dia eu estava dirigindo e tocou “Blind” no rádio e eu lembrei do Phil Anselmo, porque parecia ele cantando, mas nessa música ele estava ‘rosnando’. Parecia mais escuro e assustador, então eu tive a sensação de nunca ter ouvido música antes.
Depois eu descobri que aquilo era Korn, perguntei à todos se conheciam, mas ninguém sabia o que era. No outro dia eu fui a loja de cds e comprei um álbum deles, o que foi um momento inesquecível, pois quando eu ouvi o álbum eu tive certeza que nunca ouvi nada parecido antes. As pessoas chamavam aquilo de ‘nu-metal’ ou algo do tipo, mas parecia outra coisa para mim, parecia ‘funky’ e ‘tortura’. Tinha todos esses elementos que eu nunca tinha ouvido antes, então esse álbum me marcou muito.
Jonathan Davis tinha uma vulnerabilidade que o Phil não tinha. Phil era tipo “alfa”, era bem direto na maioria das vezes e então tinha o Jonathan que na maioria das vezes estava cantando e berrando ao mesmo tempo.

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One Comment

  • Uilliam

    16 de julho de 2017 at 16:25

    Muito bom galera!!!
    Obrigado!
    Estava louco pela tradução dessa entrevista e vcs mais uma vez arrasando. Ansioso aqui pelo restante.
    Eh muito bom comhecer meio que o desenvolvimento musical do Matt, e da banda tb, pelo o que li até aqui dar para perceber isso.
    Não eh a toa que nossa amada Avenged Sevenfold gosta tanto de se reenventar e fazer músicas tão trabalhadas, pensadas e sem faixas de tempo preestabelecidas pelo mercado.
    :- *

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